domingo, 21 de março de 2010

O brilho na face refletido
Altera entre raso e vital
Um salão de recesso vivo
Abriga o baile do amor carnal

A entrega é desmedida
A loucura expõe-se feroz
Esquecida da despedida
Afirmada em medidas atraídas

O cuidado que compensa o ar sombrio
Resguarda o Precioso residido
O encanto que fora prometido
Agora é por todo destemido

terça-feira, 16 de março de 2010

O céu de vivências sonhadas

Foi tocado numa noite de brilho

Deu-se de vontade própria

Expandiu interminável encanto


As cuidadosas palavras

Encheram de perolas a caixa surrada

O parto da hora sonhada

Adentrou a espera em obscura melodia


Os próximos que se encaixam nas partes

São afirmações de renúncias brancas

Uma harmonia de tristeza desacordada

Lança-se em âncoras deslocadas


Onde o fundo não é mar

Onde a brisa não é tempo

Onde o brilho é permanente


O que há de olhar na profundeza da memória

Cava no corpo a inviolável certeza


sexta-feira, 12 de março de 2010

A memória que cai do altar
Estilhaça a cautela do feito
Confidências rompidas, retorno ao lar
Retentiva em amar, temor refeito

Para dizer o prazer, é preciso entrega
E no posto saudoso meu beijo é seu
O sopro sobrevém da queda
Que de renúncia viveu

Inclinação por alturas insurgentes
Pregos em balas de fogo
Fixo o impossível no transversal provável
E amo no delirante passeio de sempre

quinta-feira, 4 de março de 2010

Foi tomado em goles valentes o olhar da perda
O peito costurado remendou de poente o estrago
Um plácido passeio no navio de guarda
Deixaram segundos nas nuvens, espelho quebrado

Deu-se em mim um ecoar de declarações justas
Vozes calejadas forraram o pátio de espera ardida
No surgir de ondas partidas, a falta doía como o silêncio mudo
Queria o abraço unicamente pertencente aos meus segredos